The finger of Beelzebub. The consecration of judicial review of constitutionality in Portugal in 1911
Le doigt de Belzébuth. La consécration du contrôle judiciaire de constitutionnalité au Portugal en 1911
O dedo de Belzebu. A consagração da revisão judicial da constitucionalidade em Portugal em 1911
Résumé
Without entirely breaking with the political review of constitutionality established in the 19th century, Portugal, which became a republic after the October 1910 revolution, decided to enshrine judicial review of constitutionality in its 1911 Constitution. The choice of the American model of diffuse review was intended to break with the main guarantee offered in the days of 'granted constitutionalism', when the moderating power of the King acted as guarantor of the Constitution alongside the political chambers. This was the aim of the promoter of this legal revolution, the law professor Afonso Costa, a strong man of the First Republic, who was able to convert his initially hostile republican colleagues and friends to his cause - as he himself had been before his change of mind, which could be seen in his lectures from 1902. This consecration was ambiguous, however, due to the control of the judiciary by Afonso Costa himself, whom the Salazarist professors castigated by calling him "Beelzebub" and by proving that his judicial control of constitutionality was condemned to remain a dead letter.
Sans entièrement rompre avec le contrôle politique de constitutionnalité consacré au XIXe siècle, le Portugal, devenu république après la révolution d’octobre 1910, décide de consacrer le contrôle judiciaire de constitutionnalité dans sa Constitution de 1911. Le choix du modèle étatsunien de contrôle diffus vise à rompre avec la principale garantie proposée du temps du « constitutionnalisme octroyé », où le pouvoir modérateur du Roi faisait office de garant de la Constitution aux côtés des chambres politiques. Tel est le dessein du promoteur de cette révolution juridique, le professeur de droit Afonso Costa, homme fort de la Première République, qui sut convertir à sa cause ses collègues et ses amis républicains, initialement hostiles – comme il le fut d’ailleurs lui-même avant son revirement de pensée observable dès 1902 dans ses cours. Une consécration toutefois ambiguë en raison de la mise au pas de la magistrature opérée par le propre Afonso Costa, que les professeurs salazaristes vont fustiger en le surnommant « Belzébuth » et en prouvant que son contrôle judiciaire de constitutionnalité était condamné à rester lettre morte.
Sem romper totalmente com a revisão política da constitucionalidade estabelecida no século XIX, Portugal, que se tornou uma república após a revolução de Outubro de 1910, decidiu consagrar a revisão judicial da constitucionalidade na sua Constituição de 1911. A escolha do modelo americano de revisão difusa pretendia romper com a principal garantia oferecida nos dias do "constitucionalismo outorgado", quando o poder moderador do Rei agiu como garante da Constituição ao lado das câmaras políticas. Este era o objectivo do promotor desta revolução legal, o professor de direito Afonso Costa, um homem forte da Primeira República, que foi capaz de converter os seus colegas e amigos republicanos inicialmente hostis à sua causa - tal como ele próprio tinha sido antes da sua mudança de opinião, o que pôde ser visto nas suas palestras de 1902. Esta consagração foi ambígua, contudo, devido ao controlo do poder judicial por parte do próprio Afonso Costa, a quem os professores salazaristas castigaram ao chamarem-lhe "Belzebu" e ao provarem que o seu controlo judicial da constitucionalidade foi condenado a permanecer letra morta.