The moderating power in African countries with Portuguese as their official language (PALOP). Panorama of a programmatic constitutional model
Le pouvoir modérateur dans les pays africains de langue officielle portugaise (PALOP). Panorama d’un modèle constitutionnel programmatique
O poder moderador nos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP). Panorama de um modelo constitucional programático
Résumé
For a long time, it was nonsense to defend the thesis that the Portuguese constitutional model could be taken over in the world of Portuguese-speaking Africa (Angola, Cape Verde, Guinea-Bissau, São Tomé and Príncipe, Mozambique). After gaining or declaring independence between 1973 and 1975, they were all inspired by 'socialist or Soviet constitutionalism', to the point of seeking the support of D.R.A. constitutionalists. The separation of powers, which was unacceptable because it was typical of the 'bourgeois constitutionalism' of Western countries, was even rejected in favour of the principle of unity of power, which in fact served the cause of the single party. The idea makes sense, however, if one observes the still fragile democratic and liberal evolution of these countries and the means used to achieve it since the fall of the USSR. The generalised overhaul of the constitutions of the PALOPs between 1990 and 1992 bears witness to this. In fact, under the hardly satisfactory term of semi-presidential regime, it is in fact the Franco-Portuguese heritage of moderating power that has been recovered and has sometimes been set up as a model, not without maintaining the original ambivalence of the concept.
Défendre la thèse d'une reprise du modèle constitutionnel portugais dans l'univers de l'Afrique lusophone (Angola, Cap-Vert, Guinée-Bissau, São Tomé-et-Principe, Mozambique) constitua pendant longtemps un non-sens. Au lendemain de leur indépendance acquise ou proclamée entre 1973 et 1975, tous furent inspirés par le "constitutionnalisme socialiste ou soviétique", au point de solliciter l'appui des constitutionnalistes de la R.D.A. La séparation des pouvoirs, inacceptable car typique du "constitutionnalisme bourgeois" des contrées occidentales, fut même repoussée en faveur du principe d'unité du pouvoir, servant en vérité la cause du parti unique. Pour autant, l'idée fait sens, en observant l'évolution démocratique et libérale, encore fragile, de ces contrées, et les moyens employés pour ce faire depuis la chute de l'U.R.S.S. La refonte généralisée des constitutions des PALOP entre 1990 et 1992 en témoigne. En effet, sous le vocable guère satisfaisant de régime semi-présidentiel, c'est en vérité l'héritage franco-portugais du pouvoir modérateur qui a été récupéré et a parfois été érigé en modèle, non sans maintenir l'ambivalence originelle du concept.
Durante muito tempo, foi um disparate defender a tese de que o modelo constitucional português poderia ser assumido no mundo da África de expressão portuguesa (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique). Após a sua independência ou proclamação de independência entre 1973 e 1975, foram todos inspirados pelo "constitucionalismo socialista ou soviético", ao ponto de procurar o apoio dos constitucionalistas da R.D.A. A separação de poderes, que era inaceitável porque era típica do "constitucionalismo burguês" dos países ocidentais, foi mesmo rejeitada a favor do princípio da unidade de poder, que de facto serviu a causa do partido único. A ideia faz sentido, contudo, se olharmos para a evolução democrática e liberal ainda frágil destes países e para os meios utilizados para a alcançar desde a queda da URSS. A revisão generalizada das constituições dos PALOP entre 1990 e 1992 é disso testemunho. De facto, o legado franco-português do poder moderador foi recuperado sob o termo insatisfatório do regime semi-presidencial, e foi por vezes estabelecido como modelo, não sem manter a ambivalência original do conceito.