Uma rede, recentemente constituída de investigadores franceses e brasileiros em informática, ciências do ambiente e ciências sociais, visa estudar a aplicabilidade de métodos informáticos de acompanhamento para a gestão participativa de espaços protegidos. O ponto de partida é "Companion Modelling", desenvolvida por um grupo de investigadores, originalmente procedente do CIRAD (Centro Internacional para a Investigação em Agronomia para o Desenvolvimento), na França. Esta é uma abordagem de acompanhamento de processos de negociação e de decisão para a gestão de recursos renováveis. Acopla, em geral, o uso de jogos de papéis, particularmente adaptados à concertação entre atores, à uma modelização e uma simulação " multiagente " dos processos e comportamentos individuais dos elementos considerados (físicos, ecológicos, sociais), a fim de simular, informaticamente, a evolução dos fenómenos globais aos quais participam. A simulação permite prever e apresentar, de maneira relativamente neutra, o impacto de estratégias individuais no ambiente compartilhado pelos atores. Este método será testado através de diferentes projetos em parques nacionais no Brasil. O primeiro estudo de caso é o Parque Nacional da Tijuca. Este está inserido numa rede urbana de uma grande metrópole (Rio de Janeiro) e tem uma superfície de aproximadamente 4000 hectares. O parque sofre pressão imobiliária e o impacto de uma ocupação ilegal por populações desfavorecidas. Isto torna a questão da resolução dos conflitos uma das questões chave para a gestão da biodiversidade. Devido à sua organização e sua proximidade urbana, o Parque do Tijuca será o primeiro estudo piloto para experimentações com apoio informático. Um segundo estudo deverá ser o Parque Nacional Montanhas de Tumucumaque. Situado no extremo norte do país, é isolado da dinâmica urbana e dos centros de decisão do país. Este espaços de negociação, por conseguinte, são interessantes tambem para estudos sobre os temas da biodiversidade e a integração social. A reflexão sobre a gestão da biodiversidade excede, no entanto, essa escala e deve inserir-se numa perspectiva regional amazónica, integrando a questão com o projeto do Parque Nacional do Sul da Guiana, o que passa pela definição de uma estratégia de cooperação científica Brasil - França. Esta proposta faz parte de um projeto de cooperação mais ample, que se beneficia do apoio do programa ARCUS (Ministério das Relações Exteriores francês e Região Ile de France), e começará em 2006.