Oligopólios editoriais de publicações científicas têm reconfigurado seus modelos de negócios para atuarem como empresas de análise de dados, capturando e processando dados e metadados produzidos ao longo do processo de pesquisa e de sua comunicação. Frente ao avanço desses novos modelos de negócios, o trabalho busca apresentar conceitos de plataforma e plataformização com vistas a explorar de que modo atuam e se manifestam no âmbito do ecossistema da pesquisa acadêmico-científica. Mobiliza contribuições advindas da Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura e dos chamados Estudos de Plataforma, por meio de um estudo analítico da literatura sobre o tema e de consultas em sítios oficiais de editoras comerciais acadêmicas. Conclui que as plataformas não são simples intermediárias que fornecem infraestrutura digital para diferentes usuários/instituições interagirem e usufruírem de seus produtos e serviços facilitadores; elas estruturam relações, remodelando o modo do fazer científico. Atuando como plataformas, as corporações editoriais ampliam seus negócios, domínio e controle sobre a produção do conhecimento via extração e uso dos dados.