O leque submarino do Amazonas contém uma zona de hidratos de gás conhecida por um bottom- simulating reflection (BSR) presente nos cinturões compressivos do talude. Para reconhecimento do BSR e de suas feições, foi utilizada uma base de dados de sísmica 2D/3D. O BSR ocorre na forma de uma série de áreas isoladas de formas alongadas, até 16 km de largura, que se estendem por 300 km da margem entre 750-2250 m de profondidade, e cobrem área total de 6800 km2. As áreas de BSR mostram forte correspondência espacial com as cristas arqueadas dos cinturões compressivos. Em perfis, as áreas de BSR exibe em certos locais morfologias convexas e/ou irregulares, que se elevam em direção ao fundo do mar. Em plano, mapas 3D dos horizontes sísmicos revelam elevações colunares do BSR de até 1 km de diâmetro, que ascendem em direção a feições batimétricas de elevações arredondadas e depressões de até 0,5 km de largura e 30 m de relevo, interpretadas como pequenos vulcões de lama e possíveis pockmarks. As ocorrências de formas alongadas do BSR são interpretadas como o registro de fluxo estruturalmente controlado de fluidos gasosos quentes nas cristas dos cinturões compressivos e de seu escape para a zona de estabilidade dos hidratos de gás, e em locais para o fundo do mar, através de un sistema de falhas, hidrofraturas e chaminés.