Pedro I, "hero" of Brazilian independence? The literary relevance of an old historiographical debate
Pedro I, « héros » de l’indépendance brésilienne ? De l’actualité littéraire d’un débat historiographique ancien
Pedro I, "herói" da independência brasileira? Da atualidade literária de um antigo debate historiográfico
Résumé
History and fiction have a close and troubled relationship that is regularly highlighted by current literary events, such as Javier Moro's 2011 novel, El imperio eres tú, whose main character is Pedro I, "the founder of the Brazilian empire". In so doing, the Spanish novelist tackles a controversial figure in the history of Brazil and its independence, whose memory he wants to rehabilitate. Although the author defends the "veracity" of his story, the controversy that accompanies its reception in Brazil testifies to the many historical biases of a work that is in fact more fiction than history.
Histoire et fiction entretiennent des relations étroites et troubles que l’actualité littéraire met régulièrement en lumière, à l’instar du roman de Javier Moro paru en 2011, El imperio eres tú, dont le personnage principal n’est autre que Pedro I, « le fondateur de l’empire du Brésil ». Ce faisant, le romancier espagnol s’attaque à une figure controversée de l’histoire du Brésil et de son indépendance, dont il veut réhabiliter la mémoire. Or, si l’auteur défend la « véracité » de son récit, la polémique qui accompagne sa réception au Brésil témoigne des nombreux biais historiques d’une œuvre qui, de fait, relève d’abord de la fiction.
A história e a ficção têm uma relação estreita e conturbada que a atualidade literária demonstra frequentemente, como aconteceu com a publicação do romance de Javier Moro em 2011, El imperio eres tú, cuja personagem principal é Pedro I, "o fundador do império brasileiro". Ora, o romancista espanhol descreve como um herói uma figura controversa da história do Brasil e da sua independência, cuja memória ele quer reabilitar. Embora o autor defenda a "veracidade" da sua história, a controvérsia que acompanha a sua recepção no Brasil testemunha os numerosos vieses históricos de uma obra que é, de facto, de ficção.