Nos últimos tempos e no mundo atual, a mobilidade profissional tornou-se uma prática cada vez mais recorrente e comum. Por conseguinte, nesse contexto de trânsito, adaptação e de trocas constantes entre os indivíduos, novas práticas comunicativas emergem e são solicitadas. Podemos também constatar que os atores sociais são cada vez mais solicitados a interagir e a comunicar em meios multilíngues sem necessariamente serem poliglotas. Sendo assim, o ensino de línguas estrangeiras para fins específicos torna-se essencial no contexto acadêmico atual, a fim de preparar os estudantes para esse universo profissional. Para isso, a didática de línguas estrangeiras renova seu repertório e propõe novas abordagens, acompanhando esse processo evolutivo da mobilidade e dos intercâmbios culturais e acadêmicos que são, muitas vezes, uma primeira experiência dos futuros profissionais. A presente comunicação apresentará a abordagem intercompreensiva em aula de Português Língua Estrangeira (PLE), considerando a necessidade de preparar os alunos universitários para futuros intercâmbios acadêmicos e, posteriormente, profissionais. Acredita-se que a prática da intercompreensão é uma abordagem produtiva dentre as possíveis metodologias didáticas para o aprendizado de línguas românicas, por permitir ao aprendiz compreender diversas línguas simultaneamente, bem como aprimorar o conhecimento (já adquirido) da sua própria língua. A partir da experiência com grupos de estudantes universitários de PLE na França, apresentaremos uma sequência pedagógica elaborada nessa perspectiva. Essa sequência visa a preparar os estudantes para um intercâmbio acadêmico no exterior, explorando, assim, aspectos linguísticos e culturais das línguas neolatinas. Através da intercompreensão, os estudantes serão capazes de encontrar e agrupar as semelhanças entre essas línguas e desenvolver, assim, competências linguísticas para comunicar e interagir num meio multilíngue universitário.